
A GOL foi autorizada a operar no Aeroporto do Porto a partir da temporada de verão europeu de 2026. A permissão prevê até cinco voos semanais e marca um passo firme na retomada da presença da companhia em rotas internacionais de longa distância.
Mesmo sem confirmação oficial, a estratégia é clara. A empresa prepara terreno para usar aeronaves de maior alcance e voltar ao mercado europeu com uma proposta mais competitiva.
A330neo ganha força nos planos da companhia
O interesse da GOL no Airbus A330neo não é mais apenas especulação. O CEO Celso Ferrer já afirmou que o Brasil tem demanda suficiente para voos longos e que a companhia acompanha de perto o modelo.
O Grupo Abra, controlador da GOL, anunciou que pretende ampliar a frota com mais de 50 aeronaves, incluindo o A330neo. Logo depois, a GOL confirmou contratos de leasing para cinco unidades do A330-900, com entregas previstas para 2026. Há ainda uma carta de intenção para incluir outras duas aeronaves.
Como o prazo é curto para novas entregas da Airbus, esses jatos devem vir de operadores existentes. Isso acelera a entrada da GOL no mercado de longa distância.
Slots aprovados no Porto; Lisboa e Londres ficam de fora
A NAV Portugal publicou os slots para o verão de 2026. A GOL recebeu autorização para voar ao Porto, mas teve seus pedidos negados em Lisboa, que permanece saturada, e em Londres Heathrow, assim como ocorreu com outras companhias brasileiras.
O Porto, no entanto, continua sendo uma porta de entrada importante para a Europa. A autorização reforça que a GOL já se posiciona para competir nesse mercado.
Pedido de slots no Porto indica que os A330neo devem voar pela GOL
A busca por slots no Porto é um sinal forte da estratégia. A GOL não disputaria essas janelas se não tivesse intenção real de operar voos transatlânticos.
A confirmação dos A330neo combinada com essa autorização aponta para um cenário provável:
os A330neo encomendados em nome da GOL devem, de fato, ser destinados à operação brasileira.
Se isso acontecer, os impactos serão imediatos:
- Concorrência maior nas rotas para Portugal
Somente Azul e TAP voam direto do Brasil ao Porto. A entrada da GOL pode mudar o equilíbrio do mercado. - Possível redução de tarifas
Com mais oferta, a tendência é de preços mais competitivos. - Mais disponibilidade com milhas
Uma nova operadora costuma ampliar inventário e aumentar as chances de resgate. - Novas opções para passageiros e conexões
O Porto vem crescendo como destino e como hub regional.
Perspectivas para 2026
A GOL ainda não anunciou de onde sairão os voos no Brasil. A definição dependerá de análise comercial e disponibilidade operacional.
Mesmo assim, o pacote de decisões — slots aprovados, aeronaves confirmadas e alinhamento estratégico — mostra que a empresa já se prepara para voltar ao mapa do longo curso.
Conclusão: uma movimentação sólida e positiva para o mercado
A autorização no Porto, a negociação dos A330neo e o avanço do Grupo Abra criam um cenário claro: a GOL está pronta para retomar voos para a Europa.
Se os planos forem confirmados, o passageiro brasileiro deve ganhar preços melhores, mais possibilidades de resgate por milhas e uma concorrência que há anos faz falta nas rotas Brasil–Portugal.
É um passo estratégico, consistente e alinhado ao momento do mercado. É também um reforço importante para quem depende de mais oferta e melhores tarifas no longo curso.

