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Alaska Airlines e LATAM encerram parceria de fidelidade

A parceria entre Alaska Airlines e LATAM Airlines chega ao fim em 2025, encerrando um ciclo importante no setor de fidelidade aérea. A decisão tem impactos relevantes para viajantes frequentes e levanta debates sobre os motivos que levaram ao rompimento, incluindo o papel do comércio de milhas no Brasil, que cada vez mais limita as possibilidades de cooperação internacional.

O que você verá neste artigo

A partir de 1º de outubro de 2025, a parceria entre Alaska Airlines e LATAM Airlines deixa de existir. Os clientes não poderão mais resgatar pontos do Latam Pass em voos da Alaska, assim como os membros do Mileage Plan também não terão acesso aos bilhetes da LATAM. Já em 1º de janeiro de 2026, os voos realizados não acumularão mais milhas nos programas de fidelidade.

Essa mudança representa um impacto direto para os viajantes que utilizavam a integração como forma de ampliar benefícios, principalmente nas rotas entre América do Sul e América do Norte. O encerramento dessa cooperação sinaliza um reposicionamento estratégico das companhias aéreas e traz consequências relevantes para o mercado.


Por que a parceria entre Alaska e LATAM chega ao fim?

O fim da parceria entre Alaska Airlines e LATAM não é um movimento isolado, mas resultado de um cenário mais amplo. De um lado, a Delta Airlines, acionista da LATAM, exerce influência para reduzir a presença de concorrentes diretos no relacionamento com a companhia sul-americana. De outro, a LATAM busca fortalecer sua atuação em parcerias mais estratégicas, enquanto a Alaska aposta no crescimento dentro da aliança Oneworld.

Além disso, as companhias aéreas têm reavaliado constantemente seus programas de fidelidade, que vêm se tornando mais restritivos. A decisão também reflete ajustes internos e a necessidade de equilibrar benefícios com a rentabilidade, algo cada vez mais desafiador em um mercado altamente competitivo.


Impactos para os clientes da Alaska Airlines e LATAM

Para os consumidores, o principal impacto é a redução da flexibilidade. Os passageiros que utilizavam a parceria para acumular e resgatar milhas em uma rede mais ampla perdem essa possibilidade, o que acaba por diminuir o valor percebido tanto do Latam Pass quanto do Mileage Plan.

Outro ponto de destaque é a desvalorização indireta dos pontos. Sem acesso às rotas conjuntas, os programas de fidelidade ficam menos atrativos para quem costumava voar em trechos que conectavam os Estados Unidos e a América do Sul. Esse movimento exige um planejamento ainda mais detalhado por parte dos viajantes, que precisam buscar alternativas dentro de um mercado cada vez mais restrito.


O comércio de milhas no Brasil e sua influência

Um aspecto muitas vezes ignorado, mas que tem forte peso nesse cenário, é o comércio de milhas no Brasil, uma prática que viola diretamente as regras dos programas de fidelidade. Esse mercado paralelo, travestido de “balcões de milhas” e agências de intermediação, movimenta bilhões de reais de forma irregular e causa desequilíbrio na gestão das companhias aéreas.

No caso específico da parceria entre Alaska Airlines e LATAM, o problema se tornou ainda mais evidente. O programa Mileage Plan, da Alaska, oferecia acesso facilitado ao calendário de tarifas award da LATAM, permitindo que clientes visualizassem com clareza a disponibilidade de tarifas “award” (passagens-prêmio). Essa transparência, que deveria ser um benefício legítimo para viajantes frequentes, acabou sendo usada como atalho por fraudadores.

Na prática, intermediários do mercado clandestino de milhas conseguiam identificar passagens dentro do Mileage Plan e, com isso, revendiam esses bilhetes em plataformas e agências paralelas, usando outros programas e em muitas vezes oferecendo preços até mais baixos do que a própria Latam vende. Essa distorção alimentou por muito tempo esse comércio clandestino, ampliando os prejuízos das companhias aéreas e comprometendo a sustentabilidade dos programas de fidelidade.

Casos como o colapso da 123 Milhas e da Hot Milhas apenas reforçam a fragilidade desse mercado e a urgência de medidas mais duras contra a revenda clandestina de pontos. Diante desse cenário, não é exagero afirmar que o fim da parceria entre Alaska e LATAM pode ser interpretado não apenas como uma decisão estratégica, mas também como consequência direta de um ambiente marcado por instabilidade, fraudes e falta de confiança.


Conclusão

O encerramento da parceria entre Alaska Airlines e LATAM é um divisor de águas para os programas de fidelidade no Brasil. Mais do que uma simples mudança comercial, o movimento revela como o mercado paralelo de milhas mina a credibilidade das companhias aéreas e restringe oportunidades que poderiam beneficiar os passageiros.

Se não houver mudanças estruturais na forma como o Brasil lida com o comércio de pontos e na aplicação de regras de fidelidade, será cada vez mais comum observar a saída de parceiros internacionais e a limitação de benefícios para os viajantes frequentes. O fim da parceria Alaska-LATAM deve servir como um alerta para o setor e para os consumidores que ainda acreditam na força dos programas de fidelidade.

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Tico Brazileiro

Tico Brazileiro é especialista em aviação, programas de fidelidade e viagens, compartilhando dicas estratégicas sobre milhas, upgrades e experiências de voo. Influenciador, conecto apaixonados por viagens a conteúdo exclusivo e relevante, ajudando a transformar cada viagem em uma experiência única. Já viajei em mais de 100 classes executivas e primeiras classes.
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