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Como reclamar de uma companhia aérea da forma correta, sem perder a razão.

Reclamar de companhia aérea exige método. Veja como estruturar sua reclamação, o que evitar e quando escalar o problema.

O que você verá neste artigo

Problemas com companhias aéreas acontecem com mais frequência do que gostaríamos. Atrasos, bagagens extraviadas, atendimento falho ou falhas operacionais fazem parte da realidade do setor. Ainda assim, a forma como o passageiro reclama influencia diretamente a chance de ser ouvido — e atendido.

Saber como reclamar corretamente é tão importante quanto ter razão.


Antes de tudo: ajuste sua expectativa

A aviação é um setor complexo, com operações sensíveis e margens apertadas. Isso não isenta falhas, mas ajuda a entender os limites do que pode ser solicitado.

Nem toda situação gera reembolso em dinheiro. Em muitos casos, a compensação vem na forma de:

  • Milhas ou pontos extras
  • Vouchers para voos futuros
  • Créditos internos
  • Pedido formal de desculpas

Ter clareza sobre o que você espera evita frustração e torna a reclamação mais objetiva.


Seja direto, educado e objetivo

Um erro comum é transformar a reclamação em uma gritaria, excesso de cobranças ou críticas ou quando online e escrito, num texto longo, emocional e acusatório.

Funciona melhor quando você:

  • Resume o problema em poucos parágrafos ou de forma educada;
  • Descreve fatos, não emoções;
  • Evita linguagem agressiva ou irônica;
  • Foca apenas no ocorrido específico.

Quanto menos objetivo e maior o texto, menor a chance de atenção. Em muitos casos, o primeiro contato passa por filtros automáticos.

Em 2024, fiz um voo de Goiânia para Belo Horizonte -para um evento na capital mineira – com conexão em São Paulo (Congonhas), com apenas 40 minutos entre um voo e outro. O pouso ocorreu no horário, mas houve atrasos no solo: espera por gate, desembarque em posição remota, ônibus até o terminal. Mesmo chegando com o avião ainda no chão e portas abertas, o voo de conexão já estava fechado. Resultado: eu e outros passageiros perdemos a conexão.

A companhia aérea ofereceu reacomodação em voos muito mais tarde, o que me faria perder totalmente o compromisso em Minas Gerais. Solicitei, então, a reacomodação em outra empresa aérea para conseguir chegar ao menos ao final do evento. No primeiro momento, o pedido foi negado. Continuei conversando, expliquei a situação com calma, mostrei o compromisso e a passagem de volta, e apresentei de forma objetiva os problemas ocorridos no atendimento.

Após cerca de 30 minutos de diálogo e sem qualquer confronto, a empresa entendeu o cenário e autorizou a reacomodação na companhia concorrente. O problema foi resolvido sem gritos, desrespeito, reclamações em órgãos de defesa do consumidor ou ações judiciais.

A lição é simples: em situações de atraso de voo ou perda de conexão, paciência, diálogo e clareza costumam gerar mais resultados do que pressão imediata. O imediatismo afasta soluções; a calma, muitas vezes, resolve.


Foque no ponto central do problema

Evite listar todos os problemas que já teve com a companhia ao longo da vida.

Concentre-se em:

  • O voo específico
  • A data
  • O número do bilhete ou localizador
  • O impacto direto causado

Isso facilita a análise interna e acelera qualquer resposta.


Comece sempre pelo canal oficial

O primeiro passo deve ser o atendimento ao cliente da própria companhia aérea.

Normalmente, isso envolve:

  • Formulário no site oficial
  • E-mail do setor de relações com o cliente

Explique o ocorrido, descreva o impacto e diga claramente o que espera como solução.

Se a resposta não for satisfatória, vale responder uma única vez, reforçando seu ponto.


Quando e como escalar a reclamação

Se o contato inicial não resolver, existem três caminhos possíveis.

1. Contato com executivos da companhia

Enviar um e-mail para um executivo sênior pode parecer exagero, mas funciona em alguns casos. Essas mensagens costumam ser encaminhadas para equipes especiais de atendimento.

Não espere resposta pessoal, mas o caso tende a ganhar mais atenção.


2. Reclamação em órgãos reguladores

Quando envolve descumprimento de regras, publicidade enganosa ou direitos do passageiro, registrar queixa em órgãos reguladores (sites como “Reclame Aqui” e “Consumidor.org”) é uma alternativa válida, apesar de eu preferir, sempre, resolver internamente com a empresa aérea. Em 95% dos casos, se resolve, ainda que demorado. Confesso já fiz mais de 700 voos na vida e nunca precisei usar desse expediente.

Esse tipo de reclamação obriga a companhia a responder formalmente, mesmo que não gere solução imediata.


3. Exposição pública e mídia

Redes sociais e veículos de imprensa ganharam peso real na relação entre passageiros e companhias aéreas.

Casos bem documentados e claros podem ganhar visibilidade e acelerar respostas. Ainda assim, esse caminho deve ser usado com critério e responsabilidade, afinal, tem pessoas que só usam desse expediente para “queimar” uma marca/ empresa de forma vingativa, o que perde totalmente o sentido. É preciso ter maturidade e estar bem centrado (a) para fazer algo dessa magnitude.

Apesar de ser uma opção, sempre recomendo evitar ao máximo pelo desgaste e exposição totalmente desncessários.


O que NÃO fazer ao reclamar

Algumas atitudes reduzem drasticamente suas chances de sucesso:

  • Ser agressivo ou ofensivo
  • Fazer ameaças desnecessárias
  • Escrever textos longos e confusos
  • Exigir compensações fora da realidade

Ser firme não significa ser hostil.


Conclusão

Reclamar de uma companhia aérea pode ser frustrante, mas abordagem faz toda a diferença. Mensagens curtas, educadas e objetivas têm muito mais chance de gerar retorno do que textos emocionais ou agressivos.

Não existe fórmula mágica para garantir sucesso em toda reclamação. O mais importante é entender como o sistema funciona, quais são seus direitos e quando vale escalar o problema.

Em aviação, tão importante quanto ter razão é saber como apresentá-la.

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Tico Brazileiro

Tico Brazileiro é especialista em aviação, programas de fidelidade e viagens, compartilhando dicas estratégicas sobre milhas, upgrades e experiências de voo. Influenciador, conecto apaixonados por viagens a conteúdo exclusivo e relevante, ajudando a transformar cada viagem em uma experiência única. Já viajei em mais de 100 classes executivas e primeiras classes.
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