
A TAP Air Portugal finalmente confirmou a estreia de sua Premium Economy no verão de 2026, uma decisão que chega após anos de pressão competitiva no mercado europeu. A companhia, que opera rotas longas com forte demanda corporativa e de lazer, vinha sendo uma das poucas relevantes na Europa sem uma cabine intermediária real. Agora, com a nova proposta para os Airbus A330 e A321LR, ela tenta corrigir um atraso histórico e reposicionar sua experiência de bordo.
Uma cabine compacta, silenciosa e posicionada como produto de valor
A nova seção contará com apenas doze assentos instalados logo atrás da Classe Executiva. O número reduzido cria uma sensação de exclusividade que a TAP não tinha em nenhuma categoria intermediária até então. É uma abordagem mais intimista, que promete reduzir o fluxo de passageiros circulando na área e oferecer uma atmosfera mais estável para quem busca conforto sem arcar com o custo de uma Executiva.
A configuração, com quatro assentos por fileira e sempre com o assento adjacente livre, indica que a companhia está apostando numa experiência mais espaçosa e menos intrusiva — um contraste direto com a atual Econômica, cujo adensamento vem sendo motivo de críticas há anos.
Serviços diferenciados no solo e no ar
Embora a cabine seja nova, a TAP complementa o produto com benefícios que começam no aeroporto. O passageiro terá check-in dedicado, prioridade de bagagem, acesso ao fast track e embarque preferencial. Esses elementos não são luxos: são o mínimo esperado de uma Premium Economy real e ajudam a justificar o preço mais alto comparado à Econômica tradicional.
A bordo, a companhia inclui um serviço de refeição aprimorado, com duas opções de prato quente, além de amenity kit e fones de qualidade superior. Essa é uma tentativa de reduzir a distância entre o que a TAP oferece hoje e o que concorrentes europeias já consolidaram como padrão na categoria.
Mais flexibilidade e mais milhas: a disputa pelo passageiro frequente
Para reforçar o valor agregado, a TAP promete oferecer acúmulo adicional de milhas, condições mais flexíveis para remarcações e reembolsos, além da possibilidade de escolher a refeição com antecedência. É um pacote que mira, principalmente, o viajante que deseja previsibilidade e que valoriza pequenos detalhes operacionais — muitas vezes a diferença real entre comprar ou não um upgrade.
Por que essa mudança é tão importante?
A Premium Economy se tornou, nos últimos anos, a categoria mais lucrativa por metro quadrado em várias companhias aéreas. É um produto que atende ao passageiro que não pode pagar pela Executiva, mas que já não aceita a experiência limitada da Econômica.
A TAP vinha ignorando essa tendência, mesmo operando num mercado profundamente competitivo. O lançamento representa não apenas uma evolução natural, mas também uma correção necessária para disputar clientes de alto valor que hoje migram para Lufthansa, Air France-KLM, British Airways, Iberia e até aéreas do Oriente Médio.
Comentário
A decisão é, sem dúvida, um avanço importante. No entanto, a TAP ainda não divulgou fotos oficiais, fabricante dos assentos ou especificações técnicas como pitch, largura e reclinação — informações essenciais para avaliar se a companhia está realmente criando um produto competitivo ou apenas ocupando um espaço de mercado por obrigação.
Sem esses dados, a análise ainda é limitada. Mas, considerando a urgência de se reposicionar no longo curso, a TAP acerta ao finalmente entrar no jogo da Premium Economy.

