
A Iberia anunciou uma importante alteração em suas operações no Brasil. A partir de 29 de março de 2026, os voos entre São Paulo (GRU) e Madri (MAD) deixarão de ser operados pelo Airbus A350, passando a contar com o Airbus A330. Um dia depois, em 30 de março, o Rio de Janeiro (GIG) assumirá a operação com o A350 — a aeronave mais moderna da frota da companhia espanhola.
Essa mudança representa uma redistribuição estratégica de frota, que tende a impactar diretamente a experiência de quem viaja entre o Brasil e a Espanha.
O que muda com essa troca
Para os passageiros de São Paulo, a alteração traz uma perda considerável. O A330, embora confiável, não oferece a nova Classe Executiva da Iberia, equipada nos A350 mais recentes. Já os passageiros cariocas poderão, ao menos em parte dos voos, desfrutar da nova cabine premium, com layout 1-2-1, acesso direto ao corredor e portas individuais nos assentos — transformando o espaço em uma espécie de mini suíte.
No entanto, nem todos os A350 contam com o novo padrão. Atualmente, apenas 8 das 22 aeronaves da frota foram remodeladas com o novo design interno. Isso significa que o upgrade é provável, mas não garantido.
Como identificar se o voo tem a nova cabine
Para quem busca viajar na nova Classe Executiva, há algumas formas de conferir o modelo antes do embarque. A principal está na configuração da cabine Premium Economy: nas aeronaves atualizadas, há 28 assentos dispostos na fileira 11, enquanto na versão antiga, o layout é diferente.
Se você sabe usar sites como o Aerolopa, é possível visualizar isso de uma forma mais simplificada e saber as diferenças de forma visível.
Outra maneira é verificar a matrícula (também chamado de prefixo) da aeronave nos dias que antecedem o voo — via FlightRadar24. Claro que o equipamento pode mudar de última hora, mas atualmente são apenas 8 aeronaves que contam com a nova cabine as matrículas são as seguintes:
- EC-NVR
- EC-NXC
- EC-NXD
- EC-NXE
- EC-OAY
- EC-OCR
- EC-OES
- EC-OFM
Se o voo for operado por uma dessas aeronaves, há grandes chances de encontrar o novo produto a bordo.
Um olhar técnico sobre a decisão da Iberia
A redistribuição do A350 reforça a tendência das companhias aéreas em otimizar a alocação de frota conforme a demanda e o perfil de cada mercado.
O Rio de Janeiro, que tem atraído uma demanda internacional crescente — especialmente com o turismo europeu em retomada —, passa a ganhar um protagonismo que antes era de Guarulhos.
Já São Paulo, tradicional hub corporativo, perde momentaneamente o diferencial de produto premium, o que pode gerar repercussões na percepção da marca entre passageiros frequentes.
Conclusão
A decisão da Iberia é estratégica, mas não deixa de ser simbólica: o Rio de Janeiro volta a ter protagonismo com um dos aviões mais modernos do mundo, enquanto São Paulo perde espaço — ao menos no quesito experiência de bordo.
Para os passageiros, fica o alerta: nem todo A350 é igual, e a promessa de uma nova cabine só se confirma com atenção aos detalhes técnicos de cada voo.
No fim, a mudança mostra que, na aviação, o equilíbrio entre eficiência operacional e percepção de marca é uma arte — e o passageiro atento sempre sai na frente.

